Perguntarmos ao “algoritmo do Google” ou perguntarmos “ao google” é a mesma coisa.
Mas deixe-me antes fazer-lhe uma pergunta a si. Sabe quantas estrelas existem no céu? Ou grãos de areia no deserto? E páginas na internet?
O algoritmo do Google ajuda-o a responder a estas questões.
Mas mesmo sem perguntarmos “ao Google”, sabemos que o número é grande. Aliás, podemos afirmar que a resposta é “infinito”. Seria aceitável. E o ponto é mesmo este:
A quantidade de informação disponível na web é imensa. Era inevitável que, com o tempo, aparecesse uma forma de a organizarmos e a apresentarmos. Caso contrário, o resultado das nossas pesquisas seria uma confusão aleatória.
Já imaginou o que seria procurar pelo significado de uma palavra e o resultado ser o material utilizado no fabrico de atacadores? Pior: provavelmente nem estaria certo.
Quando a Google nasceu, nasceu com o propósito de desenvolver uma forma de organizar a informação disponível e de apresentá-la com qualidade. A solução que apresentaram tem o nome de algoritmo do Google.
Talvez seja pertinente começarmos por definir o que é um algoritmo. Até porque a Google dispensa apresentações, certo?
Um algoritmo é uma sequência de instruções muito bem definidas. São pensados, desenhados e utilizados com o objetivo de cumprirem ações muito específicas nas áreas da matemática e ciência dos computadores.
A ideia de um algoritmo é uma ideia antiga. Tem milhares de anos. Mas nem precisamos de ir tão longe. Lembra-se de aprender a dividir um número por outro na escola?
Se bem se lembra, o ensino foi baseado numa série de instruções que o leitor devia seguir. Se cumpridas, chegava ao resultado certo. Nesse momento, o que aprendeu realmente foi a utilizar um dos primeiros algoritmos de sempre: a “divisão Euclidiana”.
O algoritmo do Google é o mesmo. É um conjunto de instruções muito explícitas, desenvolvidas pela Google para o seu motor de pesquisa. Quando cumpridas da forma correta, o motor chega a um resultado. Qual?
Precisamente as páginas web que nos aparecem na página de resultados do Google – SERP ou Search Engines Result Pages. Ou seja, a tal informação infinita, organizada e apresentável.
Por outras palavras, o algoritmo do Google é tão só a forma como o motor de pesquisa do Google funciona.
Exatamente, exatamente? Ninguém sabe. É como uma boa receita. E está guardada a sete-chaves. Mas há muito que sabemos, mesmo assim.
Até porque a Google não deixa de ser um prestador de serviços. E é do seu interesse que aqueles que o utilizem, saibam como funciona. Até certa medida, porque o segredo continua a ser a alma do negócio.
Por isso, se os resultados apresentados não tiverem utilidade para os utilizadores que pesquisam tudo e mais alguma coisa e ainda o seu contrário… bom, então a Google não seria a empresa que é hoje, não é?
Ora, para que essa utilidade exista, é necessário que aqueles que tenham páginas web – e, portanto, informação para partilhar com os utilizadores – tenham consciência de tudo aquilo que podem fazer para que o algoritmo do Google entenda essa informação com sendo útil, de confiança e de qualidade.
Dito isto, o que é que sabemos sobre como funciona o algoritmo do Google? Sabemos muito. Mesmo, mesmo muito.
Lembre-se da quantidade de informação com que estamos a lidar. Essa informação tem de ser devidamente classificada. E, para isso, são levados em conta muitos fatores diferentes.
Agora, a parte que estávamos a esconder.
O algoritmo do Google é, na verdade, um conjunto de algoritmos do Google. E cada um deles classifica a informação de acordo com instruções específicas.
Estes algoritmos procuram responder a questões como, por exemplo, qual o número de palavras-chave utilizadas? E, já agora, onde aparecem essas palavras-chave? Nos títulos? E os links incorporados nos textos, tanto internos como externos, quantos são? Há spam, lá pelo meio? Etc. etc. etc.
São centenas de perguntas. E a Google torna públicas a sua grande maioria. Por isso, é mesmo uma questão de responder a todas elas da melhor forma possível.
Hello: SEO
Pois é. O SEO é isso mesmo: a resposta às perguntas que o algoritmo da Google faz às nossas páginas web, quando procura pelos melhores resultados.
Um pergunta, o outro responde.
A qualidade das respostas combinadas, somadas e avaliadas resulta num page score – numa pontuação de página – que é comparada a todas as outras pontuações e organizada de acordo na página de resultados. Em menos de um segundo.
Problema? O algoritmo do Google pode chegar a ser atualizado até 600 vezes por ano. Todos os anos.
O conhecimento da história destas atualizações, o seu propósito e o acompanhamento constante, é o que nos permite estarmos a par acerca das melhores práticas de SEO e da reputação digital.
As atualizações são uma das razões pelas quais o mercado do SEO (Search Engine Optimization) é tão competitivo.
Não chega aplicarmos as regras, é preciso também estarmos continuamente a adaptarmo-nos: a pesquisar, a atualizar.
Em SEO, aplicar hoje o que se fazia há uns poucos anos é, à falta de melhor palavra, inútil. Não traz resultados.
Por isso, se estiver a pensar em contratar os serviços de uma empresa de SEO, garanta que essa empresa está sempre ao corrente destas atualizações. E se estiver a pensar em formas de aumentar a sua reputação digital, pense em mobile.
Mas já lá vamos, também. Antes, vamos responder à razão destas atualizações constantes. São duas.
Em primeiro lugar, quem conhece as regras estabelecidas pelo algoritmo do Google, sabe como contorná-las – o que é diferente de as colocar em prática.
Um exemplo clássico é o “keyword stuffing”.
Uns espertinhos perceberam que o algoritmo do Google procurava por palavras-chave, relacionadas com a pesquisa do utilizador. Os mesmos espertinhos acharam então por bem começar a criar páginas e páginas cujo conteúdo se limitava à repetição dessas palavras-chave.
Se subiam no resultado das páginas? Sem dúvida. Se o utilizador ligava? Claro que não. Mas foi um problema, resolvido com a atualização Hummingbird, de que falamos abaixo.
A segunda razão para as atualizações constantes está diretamente ligada ao comportamento dos consumidores.
Estes, procuram que a informação lhes seja apresentada de uma certa maneira. Que seja de qualidade, de fontes de confiança, etc. Mas também procuram cada vez mais via telemóvel, por exemplo – e esse é não só um comportamento inegável, como uma necessidade que a Google se viu obrigada a responder.
Hoje, as páginas web que procurem estar no topo dos resultados devem, obrigatoriamente, ser pensadas para mobile. Ora, por maioria de razão, também o SEO se vê obrigado a acompanhar esse comportamento.
Como dissemos também, um dos fatores que nos ajuda a compreender como funciona o algoritmo do Google é o estudo da sua própria história. Por isso, vamos aproveitar para partilhar consigo uma brevíssima introdução à história das suas principais atualizações:
O Panda foi uma atualização que passou a classificar as páginas de acordo com o conteúdo apresentado. Nasceu para “punir” as páginas que, basicamente, copiavam textos de outras páginas ou que apresentavam conteúdo de baixa qualidade.
Foi a partir deste momento que o conteúdo relevante e original passou a ter uma maior importância para o SEO.
Se o Panda se focou no conteúdo, a atualização Penguin virou-se para os links.
O seu objetivo é identificar as estratégias de link building identificadas e, mais uma vez, punir aqueles que utilizem backlinks de formas menos naturais, como spams, por exemplo.
A atualização Hummingbird (de que falámos em cima) fez com que o algoritmo do Google se atirasse agora às palavras-chave. De certa forma, veio complementar as duas atualizações anteriores, focadas no conteúdo apresentado e na sua qualidade.
A partir daqui o campo semântico utilizado, o seu contexto, bem como a relação entre a pesquisa atual e pesquisas passadas passaram a ser levadas em conta.
É um nome divertido. Está ligado à tal mudança de comportamento de consumidores, que cada vez mais faz pesquisas no Google através do seu telemóvel. O nome, que lembra Armageddon, remete para a disrupção causada. De repente, passámos do desktop para o telefone.
Esta atualização diferencia essa pesquisa. Sem afetar as pesquisas que são feitas a partir de um desktop, a partir deste momento o algoritmo do Google passou a dar preferência às páginas web preparadas para serem apresentadas em formato mobile.
O RankBran é um programa de inteligência artificial incorporado no algoritmo do Google, que vai aprendendo por si próprio.
O seu objetivo é ir melhorando os resultados apresentados, através das atualizações aplicadas ao Hummingbird, relacionadas com os termos de pesquisa das palavras-chave.
A sua mais valia torna-se visível quando a pesquisa é feita através de palavras-chave mais específicas. Dada essa especificidade, existia a hipótese do Google apresentar resultados limitados.
Mas com o RankBrain incorporado no algoritmo do Google, é possível agora obtermos resultados que estejam relacionados com a pesquisa original, ajudando-nos a encontrar a resposta que procuramos.
Como vimos, o mobile é cada vez mais importante. Com esta atualização, as páginas web que estiverem otimizadas para mobile, passavam a aparecer mais acima, nos resultados apresentados pela Google.
Tanto para pesquisas feitas a partir do telemóvel, como do desktop. O que a diferencia da atualização ‘Mobilegeddon’.
Um design responsivo passou de opção a necessidade. E é importante continuar a sublinhar que, apesar de estas serem exigências do algoritmo do Google, não podemos esquecer que as mesmas se adaptam aos comportamentos dos utilizadores.
É o nome de uma personagem da Rua Césamo. Mas é também a sigla para Bidirectional Encoder Representations from Transformers. E, tal como o RankBrain, é um programa de inteligência artificial.
O Bert aparece graças aos sistemas de Deep Learning e Neural Matching. Esta atualização permitiu ao algoritmo do Google começar a aprender o significado de uma linguagem escrita mais natural e a interpretar as pesquisas quase como o cérebro de um ser-humano.
Ou seja, permite classificar a informação apresentada, tendo em conta a leitura das frases da esquerda para a direita, o seu sentido (figurado ou literal) e até expressões ou palavras regionais, utilizadas maioritariamente por partes da população. (fino vs. imperial?)
Até à data, estas foram as mais importantes atualizações ao algoritmo do Google. Todas continuam a ser diariamente trabalhadas, melhoradas e atualizadas.
São a história do funcionamento do Google, enquanto motor de pesquisa. Mas são também parte da razão pela qual a prática do SEO recompensa.
E confessamos: parte da razão pela qual, por vezes, cansa.
Garantimos que o SEO, por si só, permite o crescimento das empresas do século XXI. Quando bem implementado, gera tráfego orgânico para a sua página web. Dentro dela, conteúdo de qualidade e relevante para o consumidor torna-o num potencial cliente.
Com o SEO, convertemos em vendas e, portanto, em lucro. Mas convenhamos que acompanhar cerca de 600 atualizações por ano não é tarefa fácil. E atualizar os conteúdos de acordo é uma tarefa exigente.
Mas só assim é possível entendermos e sabermos como extrair o melhor que o algoritmo do Google tem para oferecer.
Até porque, sublinhe-se de novo, atualizar os conteúdos para SEO é mais do que responder às exigências de um motor de pesquisa: é acompanharmos as tendências e o comportamento dos consumidores.
E, no fundo, é também para isso que o marketing existe, certo?
Tiago Simonette Teixeira | Bluesoft